Ponto de ouro

Um ponto para falar de fotografia…

UM POUCO DE LUZ 15/01/2012

Filed under: Dicas para iniciantes,Dicas técnicas,Técnicas — simonezmr @ 20:24
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Após um período afastada do blog em razão do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), volto a escrever – agora como bacharel em Publicidade e Propaganda! Meu TCC – não poderia ser diferente – foi sobre fotografia. Com o título “Fotografia Publicitária: como ocorre a geração e controle de luz e a sua utilização na iluminação de objetos reflexivos”, pesquisei a luz e o resultado de diferentes formas de iluminar.

Como “modelo”, utilizei uma garrafa de vinho branco, em formato cilíndrico, lisa, de cor verde e transparente. Por que é tão importante descrever a garrafa? Porque se ela fosse quadrada ou triangular (ou outro formato), e ainda, se houvesse relevos na garrafa, os resultados seriam diferentes dos obtidos, já que a luz refletiria em ângulos diferentes. Dessa forma, optei por uma garrafa mais simples e comum.

Neste post, tentarei citar os principais pontos da pesquisa, que em breve poderá ser conferida na íntegra. Assim que ela for disponibilizada, eu passo o endereço para vocês! 😉

1° ponto: Por que este tema. Porque a luz é a matéria prima da fotografia. É necessário saber onde colocar a luz e porque ela deve ser colocada em determinada posição. Ou seja, não basta simplesmente ligar o equipamento e iluminar a cena. A posição do refletor, a potência utilizada e até os acessórios acoplados farão toda a diferença no resultado da fotografia. Se em fotojornalismo o fotógrafo tem que contar também com a sorte, já que por vezes depende da iluminação ambiente e é tudo muito dinâmico, na foto publicitária é o fotógrafo quem controla a situação. Geralmente, a fotografia é feita em estúdio, e mesmo quando não é, “cria-se” um estúdio, permitindo ao fotógrafo decidir por onde e como iluminar, de acordo com o resultado desejado. Por isso, mais importante que conhecer o equipamento de luz, é conhecer a própria luz.

Uma boa foto em estúdio pode até ser resultado da sorte. Mas é bem melhor que ela seja resultado de uma luz pensada e consciente, permitindo sua reutilização futura.

2° ponto: O que é luz. A luz é uma estreita faixa de radiação eletromagnética à qual o olho humano é sensível. Esta faixa é uma luz branca, que pode ser decomposta em sete cores, que formam as cores do arco-íris, conforme pode ser visto na figura abaixo:

A luz branca é o que nos permite identificar a cor de qualquer objeto: só é possível identificar a cor de um objeto se o comprimento de onda deste objeto estiver presente na luz que o iluminar. É por isso que quando vemos o mesmo objeto em situações diferentes de luz, este objeto parece “mudar de cor”.

3° ponto: A temperatura de cor. A temperatura de cor é medida através da temperatura de cor Kelvin (não graus Kelvin). A escala leva em conta a cor da luz emitida por um objeto quando este é posto em aquecimento e torna-se muito quente. Primeiro, ele fica incandescente e adquire uma cor vermelha; depois branca, e por fim, se o aquecimento for suficiente, azul.

A temperatura Kelvin (K) pode ser obtida a partir da temperatura Celsius (C), através da equação T(K) = T(C) + 273.

A temperatura de cor do Sol é algo em torno de 5700K. observe na figura abaixo que quanto mais alta a temperatura de cor, mais azul é a luz.

É importante chamar a atenção para um ponto que pode causar confusão em quem está iniciando no assunto: Estamos acostumados com o conceito das Artes, que considera o vermelho quente, por estar associado ao fogo, e o azul frio, por estar associado ao gelo. Entretanto, a escala Kelvin considera as mudanças de cor de um material em função do aumento de calor.

4° ponto: A luz do Sol. Ao se pôr e ao se levantar, o sol é mais amarelo que ao meio dia. Isso porque, quando está no horizonte, a luz do sol tem que enfrentar muito mais atmosfera que ao meio dia. Observe a figura abaixo:

Isso explica também a eterna dúvida infantil: “por que o céu é azul?”. A resposta, entretanto, creio que não seja tão simples para uma criança entender: a luz – branca – do Sol é filtrada pela atmosfera (céu), que reflete o azul e deixa passar o amarelo.

5° ponto: Lâmpadas de filamento de tungstênio (incandescente). É composta por um filamento de tungstênio em uma atmosfera de gás inerte de baixa pressão dentro de um invólucro de vidro. O funcionamento dessas lâmpadas se dá com a circulação de corrente elétrica através de um filamento de tungstênio. Essa movimentação produz um intenso aquecimento do metal, que passa a emitir luz. Essa luz consegue atingir um ponto máximo de temperatura de cor em 3650K, que corresponde ao ponto de fusão do tungstênio. Entretanto, parte do tungstênio se evapora e se deposita na parte interna do bulbo, modificando a energia luminosa emitida e alterando a temperatura de cor.

6° ponto: Lâmpadas fluorescentes. Esse tipo de lâmpada não produz cores em um espectro contínuo, mas gera ma combinação desagradável de verde e magenta/laranja. Além disso, essa lâmpada produz oscilações.

Quanto a construção da lâmpada, trata-se de um tubo parcialmente em vácuo, com uma pequena quantidade de mercúrio. Uma corrente elétrica atravessa o tubo, o que faz o vapor de mercúrio emitir uma luz ultravioleta (UV) muito forte. O interior do tubo é revestido com fósforos – material fluorescente – que absorve a luz UV e emitem a luz visível. A coloração da lâmpada dependerá da composição desses materiais.

7° ponto: Flash eletrônico. Ele substituiu as lâmpadas de tungstênio quase por completo. As grandes vantagens do flash são: emissão de luz proporcionalmente grande em relação à energia consumida, curta duração do clarão (permitindo congelar os movimentos), semelhança com a luz natural em termos de cor e constância na tonalidade de cor. O flash também emite pequena quantidade de calor.

Por fim, o objeto fotografado – a garrafa – foi exposto a 15 tipos diferentes de iluminação. Em cada uma das situações foi apresentado o esquema de luz com o resultado obtido, os dados técnicos da foto e uma análise do que funcionou e do que não deu certo em cada situação. O trabalho e a bibliografia utilizada poderão ser conferidos em breve, conforme citado no início do post.

“Na fotografia e na vida, tudo o que não tiver foco, vira ponto de confusão.” Maxwell Vilela

Um abraço, e até a próxima!

Conforme o prometido, aqui está o link da monografia na íntegra! =)

Fotografia Publicitária: como ocorre a geração e controle de luz e a sua utilização na iluminação de objetos reflexivos

 

LIGHT PAINTING – O QUE É 14/05/2011

Filed under: Técnicas — simonezmr @ 13:52
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O light painting é uma técnica de iluminação fotográfica, que em tradução livre significa “pintar com a luz”.

A técnica consiste em movimentar uma fonte de luz, em um ambiente totalmente escuro (ou com pouca iluminação, bem próximo a escuridão), com a câmera programada para uma longa exposição e fixa em um tripé ou outro local que dê firmeza a ela.

Com a fonte de luz – que pode ser desde um isqueiro, até um flash, dependendo do que se planeja – o fotógrafo irá “pintar” o que ele quer que apareça na imagem.

O light painting não tem uma única forma de se fazer. Uma delas consiste em movimentar a fonte de luz na frente da objetiva, criando desenhos formados pelo rastro da luz, como na foto abaixo:

A outra consiste em iluminar um objeto com uma lanterna em movimento, criando um efeito diferente da iluminação contínua ou com flash.

Já nessa terceira foto,movimentei a lanterna atrás do vidro da garrafa:

Material necessário:

– Câmera com recurso de longa exposição;

– Tripé ou outro objeto que dê firmeza à câmera (uma cadeira, uma escada…);

– Lanternas de diferentes potências ou cores, isqueiros, laser, etc.;

– Celofanes de diferentes cores, caso só tenha uma cor de fonte de luz;

– Roupa escura, para não aparecer na cena.

Após decidir o que quer fazer e como utilizar o light painting, coloque a câmera em um lugar firme, programe ela para uma longa exposição, acione o botão disparador e mãos à obra!

Existem grupos no Flickr que trazem amostras excelentes de uso desta técnica. Quem quer conhecer a técnica, também não pode deixar de conhecer o trabalho do fotógrafo Renan Cepeda, que faz fotos incríveis utilizando o light painting.  http://www.renancepeda.com/

“Estou sempre perseguindo a luz. Ela transforma o comum em mágico.” Trent Parke

Um abraço, e até a próxima!

 

FAÇA-SE A LUZ! 22/04/2011

Este semestre dei início – finalmente! – ao meu TCC. Tá, eu sei que isso não interessa a vocês… mas meu objeto de pesquisa talvez interesse: iluminação!

Quando eu comecei a fotografar em estúdio, uma das minhas maiores dúvidas era a iluminação: Qual refletor? Qual potência? Onde colocar? Por quê?

Ok, quando a gente gosta, quer aprender logo e não tem muita paciência (sem generalizar). Minha afobação era tanta, que eu só consegui entender o processo de iluminação quando meu professor, Raul G. Miranda, indicou o livro “50 anos luz, câmera, ação”, do Edgar Moura.

Com a forma como Moura explica a iluminação, não tem como não entender: ao invés de graus, escalas, nanômetros e outros termos ligados à física, Moura nos “salva” usando termos simples e comparações conhecidas por todos.

Estamos acostumados com a luz – e as sombras – formados pela iluminação solar. É seguindo essa lógica que conseguimos um resultado natural dentro do estúdio.

Ataque, compensação e contraluz explicados com a Terra, o Sol e a Lua. Vale cada segundo da leitura!

M A S…. saindo da sinopse do livro e voltando ao nosso assunto, o que significam todos esses termos – ataque, compensação e contraluz?  E ONDE EU COLOCO MEU REFLETOR E COM QUE POTÊNCIA?? Rsrs…

Vamos por partes: esses termos são denominados pela posição da fonte de luz em relação ao objeto fotografado.

Imaginemos a câmera de frente para o objeto fotografado – por mais óbvio que possa parecer. A fonte de luz posicionada à frente do objeto é uma luz de ataque. A luz de ataque, geralmente é a luz principal da composição. Dependendo da intensidade dessa luz, pode-se precisar de uma compensação, que é uma fonte que atenua as sombras causadas pelo ataque. A compensação é uma luz suave, que não gera uma segunda sombra, apenas suavizando as sombras causadas pela luz de ataque. Não precisa ser, necessariamente, um refletor ou outra fonte elétrica. Um rebatedor ou mesmo uma placa de isopor podem ser usados como compensação.

O contraluz é a luz que fica posicionada atrás do objeto fotografado. Uma luz interessante e bonita para desenhar silhuetas, criar mistério, ou como já vi muito fotógrafo amador fazer – inclusive eu, antes de algumas aulas – estragar a foto. Falo estragar por usar o contraluz de forma inconsciente, sem saber o que esta forma de iluminação proporciona.

Hoje, com as câmeras digitais, não sei se isso ocorre com tanta frequência como acontecia na época dos filmes, que a foto  só vinha alguns dias depois, após ser revelada pelo laboratório, e não havia a possibilidade de refazê-la.

Um dos primeiros conselhos que os fotógrafos recebem é não apontar a câmera para a fonte de luz. Na verdade, se for consciente, e o fotógrafo só quiser desenhar silhuetas, é exatamente o que ele deve fazer…

O que o fotógrafo – ou qualquer outra pessoa – não deve fazer NUNCA, é olhar para o sol, a olho nu ou pelo visor da câmera, pois isso pode causar danos irreparáveis à visão!

“Luzes e sombras. Reputação é aquilo que você é na luz. Caráter é o que você é no escuro.” (via @fernandezbeto & @perlmanm)

Um abraço e até a próxima!